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FAKE NEWS: O "ESPETÁCULO" COMO GÊNESE DAS "NOTÍCIAS FALSAS"

André Cechinel

Rafael Rodrigo Mueller

Ismael Gonçalves Alves

Em contraste com a compreensão de que as fake news constituem apenas a inversão da “verdade”, a “verdade” tornada “mentira”, o presente artigo propõe-se a vincular a noção de “notícias falsas” aos desdobramentos contemporâneos do conceito de espetáculo cunhado em 1967 por Guy Debord. Para tanto, o argumento divide-se em três pontos principais: a relação entre espetáculo e sociedade excitada, conforme elaborada por Christoph Türcke (2010); a redução do debate político a uma política do efeito sujeita aos jogos de “circulação de si”; por fim, a consolidação do que Pierre Laval e Christian Dardot (2016) chamam de “nova razão do mundo”, uma racionalidade pautada num modo de subjetivação empresarial e narcisista. O que se espera demonstrar, em suma, é que sem a reflexão sobre essas dimensões, o debate sobre as fake news torna-se inócuo.

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GESTÃO ALGORÍTMICA DA DOCÊNCIA E EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE INCERTEZA 

André Cechinel

Rafael Rodrigo Mueller

Este artigo propõe-se a discutir as memórias educativas em tempos pandêmicos a partir da análise de um fenômeno recente, a saber, o crescente controle algorítmico da docência e da educação. Em poucas palavras, a pandemia da Covid-19 serviu e tem servido ao propósito de produzir o alinhamento entre, por um lado, o chamado capitalismo atencional e sua produção e acúmulo permanente de estímulos e dados, e, por outro, o espaço institucional das práticas educativas, até então pensado em termos de relativa autonomia e autocentramento. Para defender o argumento, dividimos o artigo em dois momentos: primeiro, assinalamos o surgimento de uma desconfortável figura para o campo da educação, o duplo ou Doppelgänger educacional; a seguir, discutimos o laço, cada vez mais sólido, entre gestão algorítmica e educação. O que se busca demonstrar, em suma, é que a educação constitui um campo fértil para o acúmulo de dados e a produção de estímulos segundo as demandas do capitalismo hoje, e que a pandemia da Covid-19 serviu para acelerar um processo de aclimatação e controle do campo já antes em curso.

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A privatização da educação brasileira e a BNCC do Ensino Médio: parceria para as competências socioemocionais

Rafael Rodrigo Mueller

André Cechinel

Este artigo pretende discutir as consequências da parceria entre o Ministério da Educação (MEC) e órgãos nacionais e internacionais que assumiram o papel de reguladores transnacionais de políticas de educação em diversos países, especialmente os chamados países “em desenvolvimento”. Para tanto, pretende-se analisar como aOrganização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Instituto Ayrton Senna (IAS) influenciam a educação brasileiraa partir da recém aprovada Base Nacional Comum Curricular (BNCC),como forma de demonstrar objetivamente a relação entre essas instituições e sua lógica privada e comercial que tem influenciado as políticas públicas nacionaiscentrada, em grande medida, no conceito de competências socioemocionais. Portanto, o estudo utiliza como referência central para tal articulação a própria BNCC, em especial ado ensino médio, uma vez que essa etapa da educação básica é aquela em que as categorias trabalho e educação estão mais intensas e concretamente relacionadas. 

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aspectos formativos e socio-constitutivos a partir da tríade "coração,cabeça e mãos" em j.h. pestalozzi e no filme metrópolis, de fritz lang

Rafael Rodrigo Mueller

André Cechinel

Ismael Gonçalves Alves

À luz da nova onda de movimentos nacionalistas que desponta hoje em diversas partes do mundo e também, em particular, no Brasil, este artigo propõe-se a debater comparativamente a dimensão totalizante da célebre tríade formativa do pedagogo alemão Johann Heinrich Pestalozzi, “coração, cabeça e mãos”, bem como a sua reapropriação posterior no filme Metrópolis, de Fritz Lang. Para realizar a aproximação entre a proposta de Pestalozzi e o filme de Lang, o presente artigo divide-se em dois momentos fundamentais, voltando-se, primeiramente, para a concepção teórica da tríade “coração, cabeça e mãos”, e, a seguir, para a análise de Metrópolis, enfatizando a sua releitura da tríade formativa aqui em pauta. O que se espera mostrar, em linhas gerais, é tanto o uso conservador a que se submete a fórmula de Pestalozzi quanto a possibilidade de sua reapropriação parcial ou integral para naturalizar desigualdades e censurar o desejo de debatê-las, gesto característico de nosso tempo.

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DÉTOURNEMENT SITUACIONISTA ÀS AVESSAS: A ESTÉTICA DO VAPORWAVE COOPTADA PELA EXTREMA DIREITA

Cristiano José Steinmetz

Rafael Rodrigo Mueller

Talia Jeremias

Este trabalho pretende analisar o vaporwave como uma dimensão da manifestação e da expressão contemporânea que surge na internet inicialmente como uma crítica ao modo de produção, reprodução e circulação de commodities do entretenimento. Portanto, enquanto uma crítica ao capitalismo, pretendemos demonstrar como esse movimento veio a ser cooptado de modo geral por setores da extrema direita que buscam reapropriar, para dentro da lógica do capital, aquilo que havia surgido inicialmente como um movimento antagônico aos seus pressupostos. Afim de exporo movimento de cooptação da crítica, nos aproximaremos do Maio de 68 francês como um exemplo de cooptação e também da crítica situacionista em Guy Debord, mais especificamente, o movimento do dètournement - jogo situacionista de cooptação e subversão do sentido original de qualquer objeto externo.  

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A NECESSIDADE DE PRODUZIR ALIENA A PAIXÃO DE CRIAR: REFLEXÕES ACERCA DA ARTE E DA EDUCAÇÃO NO SISTEMA CAPITALISTA

Talia Jeremias

Rafael Rodrigo Mueller

Cristiano José Steinmetz

O presente estudo tem como objetivo estabelecer possíveis relações entre a pesquisa disponibilizada pela Associação Brasileira de Pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP) acerca dos cursos de artes em âmbito nacional, apresentada em matéria de Mirtes Martins de Oliveira na 39° edição da Revista SeLecT, com alguns elementos do cenário brasileiro atual, tais como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a Reforma do Ensino Médio e o projeto Escola Sem Partido. O processo metodológico de pesquisa considerou, sobretudo, as contribuições de Debord (2017) e outros situacionistas acerca da arte e da sociedade de modo geral, bem como as formulações de Dardot e Laval (2016) sobre a racionalidade neoliberal.

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ARTE E RACIONALIDADE: O ESPAÇO DA CRÍTICA NA SOCIEDADE NEOLIBERAL

Cristiano José Steinmetz

Por meio de considerações em torno da racionalidade neoliberal, apontamos para o caráter dialético da crítica e analisamos o que seria a crítica negativa inserida em uma sociedade positivada, (neoliberal e de caráter conservador). Neste sentido, procuramos nos debruçar principalmente sobre algumas concepções da Teoria Crítica e suas contribuições para a discussão em torno da relação entre arte e racionalidade, pelos autores da Escola de Frankfurt e também por autores congêneres. Para isto, o ensaio se divide em dois eixos: a formação subjetivada da racionalidade comum contemporânea vinculada ao neoliberalismo; e na sequência, a relação do primeiro eixo com a receptividade da crítica negativa em exposições de arte inseridas dentro de uma arena política com pouca ou ainda, sem abertura para o diálogo

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METAMORFOSE NO CONTO “MEU TIO O
IAUARETÊ”, DE GUIMARÃES ROSA

Samuel Cardoso

André Cechinel

Este artigo analisa a relação homem-animal no conto “meu tio o Iauaretê”, de Guimarães Rosa. Entende-se aqui que a metamorfose física, que ocorre ao final da história, é parte de uma transformação maior e mais completa, que antecede a primeira e se torna visível nos hábitos, na linguagem, nos sentimentos e nos gostos do onceiro-narrador. O artigo concluiu que a metamorfose, no conto rosiano, não ocorre em um movimento brusco e inesperado, mas em um longo processo de mudança de identidade, no qual a cultura e a humanidade são rejeitadas em favor da natureza ancestral

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Reflexões sobre a câmara mirim e o brinquedo improfanável

André Cechinel

Rafael Rodrigo Mueller

O presente ensaio propõe-se a discutir a Câmara Mirim - projeto educativo brasileiro por meio do qual as crianças, após processo seletivo escolar, são convidadas a desempenhar papel político semelhante ao dos deputados na formulação das leis - como proposta que, em vez de ouvir a política característica da infância, estranha e inapreensível, acaba por lhe impor uma forma de intervenção adultocêntrica e, dessa forma, silenciadora. Para tanto, o texto divide-se em suas etapas: primeiro, discute-se a relação entre infância, brincadeira e profanação, para, a seguir, abordar-se o vínculo entre as escolas e a Câmara Mirim como exemplo de submissão do processo educativo a demandas do mundo adulto. Em resumo, se a política da infância interpela a vida adulta sob o ponto de vista da diferença, a estetização da política, tal como praticada pela Câmara Mirim, insere as crianças num mundo ao mesmo tempo previsível e como que inevitável. 

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